O Dólar americano é a moeda dos Estados Unidos da América (EUA), expedida pela Reserva Federal dos Estados Unidos e utilizada nas reservas internacionais do mundo inteiro, assim como moeda de livre circulação em muitos países. A cotação do Dólar comercial é consultada diariamente por quem lida com finanças, pois é a moeda internacional. Mas também pode ser consultada pelo cidadão comum, ainda mais com a globalização, pois muitas das situações corriqueiras do dia a dia têm alguma relação com a cotação do Dólar.
O Dólar foi criado a partir da necessidade de uma moeda que pudesse de alguma forma financiar a criação de uma nova nação com a Guerra de Independência dos Estados Unidos da América, em 1776. Dez anos depois da vitória da guerra, em 1786, as 13 colônias já independentes dos Estados Unidos aprovaram o Dólar, em um Congresso Continental, como moeda nacional deste novo país.
Até metade do século XIX, era a libra esterlina, do Reino Unido, a moeda internacional mais dominante. Os Estados Unidos ainda eram considerados um país devedor e de pouca credibilidade, além de o país não ter oficializado o controle exclusivo sobre a emissão de moeda, o que deveria ser feito alterando a sua Constituição. Por isso, inúmeras formas de pagamento diferentes chegaram a coexistir nos Estados Unidos, sem que se tivesse um controle ou necessidade de autorização do governo para se abrirem bancos e emitirem cédulas. Somente em 1863 foi criado o banco nacional National Banking Act, que unificou o Dólar como moeda de pagamento nos EUA.
Outro fato histórico que envolveu o Dólar foi o período entre 1944 até o início da década de 1970, quando o Dólar chegou a ser diretamente convertido em ouro. Antes, a cotação das moedas de cada país era uma taxa fixa relacionada às reservas de ouro de cada nação separadamente, mas com os abalos da Primeira Guerra e Segunda Guerra Mundial, houve muita instabilidade e, assim, muita dificuldade de determinar o valor de uma unidade monetária em relação à outra e ao Dólar.
O padrão-ouro anterior caiu ainda no início da Primeira Guerra Mundial e começou um período difícil de transição e discussões. Então, ainda no final dos conflitos da Segunda Guerra Mundial, em 1944, como os Estados Unidos já despontavam como potência mundial, se estabeleceu o Dólar como moeda de referência mundial para as reservas de ouro, sendo um grama de ouro um valor fixo em Dólares. Isso aconteceu durante as Conferências de Bretton Woods, nos EUA, reunindo 730 delegados de 44 países. Na ocasião, havia duas propostas diferentes para a nova ordem econômica mundial. A do Dólar, que venceu, foi a proposta criada pelo oficial do Tesouro dos Estados Unidos Harry White. A outra proposta era do famoso economista europeu britânico John Keynes: uma proposta de criação do International Clearing Union (ICU) e de uma nova unidade monetária “bancor”, considerada mais neutra e abrangente. A proposta americana ganhou pelo maior peso sócio- político dos Estados Unidos da época.
Em 1971, o Dólar já estava desvalorizado em relação a 1944, e, ainda sendo o padrão, apenas deixou de ser diretamente conversível em ouro, passando assim a se adotar o “câmbio flutuante”, sistema utilizado até hoje e calculado através de tecnologias, utilizando vários pares de moedas.
No nosso cotidiano contemporâneo, é bem importante e útil conhecer quanto vale o Dólar americano. A cotação do Dólar se relaciona com várias situações do dia a dia, a exemplo: na hora de adquirir produtos importados, como os tecnológicos como televisão, tablets, laptops, etc., dependendo da cotação do Dólar hoje, pode ser que fiquem mais caros ou mais baratos nas lojas; ou então na hora de se programar e orçar uma viagem para o exterior, poder ser que se consiga fazer mais ou menos coisas. Isso ocorre porque, na maioria das transações do comércio internacional, a moeda de referência é o Dólar comercial e ela influencia o preço final dos produtos vendidos nas lojas físicas e virtuais. O Dólar também é a moeda de referência que influencia nas taxas de câmbio de moedas e, com isso, no dinheiro que acaba se gastando em uma viagem para fora do país.
A taxa do Dólar em relação ao Real determina o valor do poder aquisitivo do brasileiro a cada dia, pois se pode comprar mais quando a taxa está baixa, ou menos quando a taxa aumenta. Já no campo do turismo de estrangeiros no Brasil, a relação é inversa: se o preço do Dólar está alto, existe mais possibilidade da quantidade de turistas com condições de visitar o nosso país aumentar e gastar com produtos brasileiros, pois o Real está desvalorizado; enquanto se o preço do Dólar cai, ou seja, o Real se valoriza, pode diminuir a quantidade de turistas, pelo fato de o país se tornar mais caro para eles.
Para os investidores, o desempenho da alta e baixa do Dólar também importa bastante, porque há a variação do preço do Dólar no intervalo entre o investimento de capital fora do país, ou seja, a compra de ações na bolsa de valores, e o da venda. Essa variação no tempo é o câmbio do Dólar, e significa que sempre se assume um risco ao fazer um investimento. E, apesar de serem poucas pessoas com poder aquisitivo que investem e lidam com a bolsa de valores, essa transação financeira afeta indiretamente a maioria da população, já que o número de investidores que assumem riscos no país cresce ou diminui a partir da flutuação da moeda nacional, e as empresas nacionais são afetadas, a arrecadação dos impostos também e o governo costuma tomar medidas quando essas mudanças são negativas. O Banco Central do Brasil, por exemplo, que é responsável pela emissão de papel moeda, pode gerar inflação ou agir nas bolsas para estabilizar o Real, bem como para manter ou aumentar a riqueza pública.
Pode parecer um pouco complicado interpretar os números quando se assiste no jornal as mudanças na taxa de câmbio, com o Dólar comercial subindo ou descendo. Geralmente, o parâmetro que se usa ao informar a cotação do Dólar hoje é denominado na forma “Real por cada Dólar”. Explicando com exemplos: ao se supor que o Dólar hoje é de 3,586, isso significa que o custo para qualquer pessoa com moeda brasileira adquirir um Dólar, neste dia, vai ser de exatamente R$3,586. Já quem tem Dólares em espécie, poderia trocar por Real e cada Dólar renderia neste dia R$3,586. Muito provavelmente, o Dólar sempre estará mais valorizado que o Real, ou seja, tendo seu preço de compra superior a R$1,00, pelo fato de o Brasil ser considerado “menos desenvolvido” e menos valorizado.
Se ocorresse uma subida no valor do Dólar hoje para 3,786 em comparação a ontem, isso significa que se precisaria pagar dois centavos a mais neste dia por cada unidade da moeda americana. Logo, como consequência, produtos importados e viagens para os EUA ou países que mantiveram as suas moedas iguais em relação ao Dólar, ficam mais caros no geral, já que os preços geralmente são fixados e tabelados em Dólar. E assim, seguindo a mesma lógica, por outro lado, os produtos brasileiros adquiridos por estrangeiros através da importação, bem como as viagens ao Brasil, se tornam mais baratos para eles. Já quando a cotação do Dólar comercial em relação ao Real cai para 3,631, por exemplo, o que acontece é o efeito inverso: os produtos internacionais e viagens para os EUA ou outros países que mantiveram as suas moedas iguais em relação ao Dólar, se tornam no geral mais baratos para os consumidores brasileiros. Assim, já há como concluir que a queda do valor do Dólar relativo ao Real, para a população comum que é um consumidor “direto”, é desejável. Quanto mais próximo de R$1,00, mais o Dólar aumenta seu poder de compra.
Hoje em dia o nome da moeda de cada país é um nome simbólico para toda a reserva de dinheiro daquele país, mas esses nomes às vezes já significaram de fato o objeto “moeda”, de metal. No caso do Dólar, seu nome foi precedido da abreviação (“thaler”) do nome de Joachimsthaler, que surgiu em 1518 para cunhar uma moeda de prata extraída de uma mina da cidade de Joachimsthal, moeda esta que já circulava na Europa antes da independência dos Estados Unidos, no século XV.
O Dólar hoje é conhecido em sua simbologia USD (United States Dóllar), cifrado como US$ ou simplesmente $. O Dólar é também a moeda oficial em outros países além dos Estados Unidos: é o caso de Timor Leste e Porto Rico.
O dinheiro americano, em “papel -moeda”, na realidade não é feito de papel nos Estados Unidos. Sua composição é de 75% de algodão e 25% de linho, com algumas fibras sintéticas entrelaçadas em azul e vermelho. Antes de se deteriorar, as notas do Dólar podem ser dobradas até cerca de 4 mil vezes. Já as moedas em circulação do dinheiro americano, atualmente, são nos valores de: 1 cent (centavos), 5 cents, 10 cents, 25 cents, 50 cents e 1 Dólar – sim, além de cédula, esse valor também tem em moeda. As primeiras moedas foram feitas em 1792.
No escudo desenhado na cédula de 1 Dólar, estão presentes 13 flechas, 13 folhas de oliveira, 13 estrelas e 13 listras, o que simboliza as 13 colônias da época da independência dos Estados Unidos.
A figura que aparece na cédula mais famosa do mundo, a de 1 Dólar, desde 1869, é a de George Washington, ex-presidente dos Estados Unidos que governou de 1789 a 1797. Já Martha Washignton, que foi mulher do ex-presidente, foi a única mulher até agora que apareceu em uma nota do dinheiro americano: na edição de 1886 e 1891 de 1 Dólar Certificado de Prata e no verso da nota de 1 Dólar Certificado de Prata de 1896. Atualmente, os outros homenageados cujos retratos estão estampados em cada nota são, respectivamente:
A casa de moeda americana, que é o lugar onde se imprime as cédulas de dólar, se chama Bureau of Engraving and Pinting, e produz cerca de 37 milhões de cédulas por dia, equivalente a 696 milhões de Dólares, a grande maioria utilizada para substituir as notas em circulação. Também 45% dessa produção é de notas de 1 Dólar. A nota que vale mais é a de 100 dólares, e está em circulação desde 1969. No verso desta nota, se tem o desenho do relógio da Torre do Independence Hall, e os ponteiros deste relógio marcam, na pintura, por volta de 4 horas e 10 minutos. Também vem as inscrições: “In God We Trust”, que significa “Confiamos em Deus”. Essa frase foi colocada pela primeira vez nas moedas, depois da guerra civil americana.
A nota de menor valor do Dólar, as de 1 dólar, duram, em média, um ano e cinco meses. Já as de maior valor, de 100 Dólares, podem durar em média até mais de 10 anos, o que é explicado pelo fato de serem menos utilizadas. No caso das moedas, que dificilmente se deterioram, é estimada uma duração de 30 anos.
A cédula de maior valor já circulada nos Estados Unidos foi a de 10 mil Dólares, e a de maior valor impressa pela casa de moeda americana foi de 100 mil Dólares Certificado de Ouro, usada para transações entre as reservas federais, mas ela jamais foi circulada pelo banco federal americano.
Já foram feitas pesquisas que estimam que em mais de 90% das cédulas do dinheiro americano que circulam no país, há traços de contaminação de cocaína. Isso mostra uma outra esfera de utilização das notas que não para transações financeiras: são utilizadas enroladas para usuários aspirarem o pó da droga.